Na pequena cidade de Leonberg, na Suécia, só no inverno de
1615 foram queimadas 8 bruxas.
Na cidade vizinha Weil cuja população não ultrapassava
200 famílias entre 1615 e 1629 foram queimadas 18 bruxas.
Uma velha por nome Katharine, um tanto linguaruda e estranha
vivia em Leonberg, foi acusada pela mulher do vidraceiro de ter feito adoecer
uma vizinha com uma poção mágica.
Também foi acusada de lançar mau-olhado nos filhos de um
alfaiate, que acabaram morrendo. De ter negociado com um coveiro a compra de um
crânio, pois daria a um de seus filhos um astrólogo adepto da magia negra.
Uma menina de 12 anos que levava tijolos para cozer no forno
ao se encontrar ao longo de um caminho com a velha sentiu no braço uma dor
terrível que lhe paralisou o braço e os dedos durante alguns dias. Não é por
mero acaso que a lumbago e o torcicolo na Alemanha até hoje ainda são chamados
de Hexenscuss, Na Dinamarca de Hekseskud e na Itália de Colpo dela strega (golpe da Bruxa).
Aquela velha tinha na época 73 anos de idade, foi acusada de
feitiçaria, foi mantida acorrentada durante vários meses, foi intimada a
desculpar-se de 49 acusações de crimes, foi submetida á territio, isto é, a um interrogatório com ameaça de tortura diante
do algoz a ouvir seguidamente uma descrição detalhada dos muitos instrumentos a
serem usados pelo mesmo. Após ficar detida na prisão por mais de uma não, foi
finalmente absolvida em 4 de outubro de 1621, 6 anos depois das primeiras
acusações.
Não lhe foi possível voltar a viver em Leonberg porque seria
linchada pela população (Caspar, 1962: 249-65).
Aquela velha tinha um filho famoso, que se chamava Johannes Kepler, o qual se empenhara
desesperadamente na defesa da própria mãe, além de escrever uma centena de páginas
para salva-la da fogueira, escreveu também as páginas do seu tratado Harmonices Mundi em que está contida
aquela que, nos manuais foi chamada a terceira
lei de Kepler.
O nascimento da ciência moderna na Europa, Paolo Rossi.
(Rossi, Paolo: 1997 10-12).
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